"A polícia investiga se a explosão no Trump Hotel em Las Vegas tem relação com o ataque em Nova Orleans."

A polícia dos EUA está investigando se a explosão em frente ao Trump Hotel, em Las Vegas, está conectada ao ataque com uma caminhonete em Nova Orleans que matou pelo menos 15 pessoas.
Em Las Vegas, o motorista de uma picape Tesla Cybertruck morreu e outras sete pessoas ficaram feridas depois que o veículo – carregado com recipientes de combustível e morteiros de fogos de artifício – explodiu. As autoridades informaram que todos os ferimentos foram leves.
No ataque em Nova Orleans, um cidadão americano de 42 anos dirigindo uma caminhonete avançou contra uma multidão em uma rua movimentada, matando 15 pessoas e ferindo 35, antes de ser morto a tiros pela polícia.
O presidente do país, Joe Biden, afirmou que os investigadores estão analisando uma possível ligação entre os dois incidentes, mas que "até o momento, não há nada a relatar".
O Tesla Cybertruck foi alugada no Colorado e chegou à cidade na manhã de quarta-feira, menos de duas horas antes da detonação, segundo a polícia. Estacionado em frente ao hotel, próximo a uma entrada de vidro, o veículo começou a soltar fumaça antes de explodir.
Fontes policiais informaram à CBS News, parceira da BBC nos EUA, que o veículo havia sido alugado por Matthew Alan Livelsberger, um militar em serviço ativo do Exército dos EUA. Livelsberger, que servia na Alemanha, estava de licença no Colorado no momento do incidente, conforme relatado pela CBS.
Dois parentes de Livelsberger confirmaram à CBS que ele alugou o Cybertruck, mas disseram desconhecer qualquer envolvimento dele no incidente. Um deles afirmou que a esposa de Livelsberger não tinha notícias dele havia vários dias.
O xerife Kevin McMahill apresentou a jornalistas imagens da explosão e fotos do cenário após o incidente, incluindo vários recipientes de combustível e grandes fogos de artifício na caçamba do veículo.

As imagens mostravam o veículo estacionado diretamente em frente à entrada do hotel, permanecendo parado por alguns segundos antes de explodir, com fogos de artifício multicoloridos disparando em várias direções. Outro vídeo mostrou investigadores usando uma lona preta resistente ao fogo para apagar as chamas e os restos carbonizados da caçamba do veículo. Uma variedade de recipientes de gás e combustível, além dos vestígios de mais de uma dúzia de morteiros de fogos de artifício, foi deixada no local.
O incêndio ocorreu por volta das 8h40 no horário local (13h40 no horário de Brasília), apenas algumas horas depois de um homem dirigir um caminhão com uma bandeira do grupo Estado Islâmico (EI) contra uma multidão em Nova Orleans, matando pelo menos 15 pessoas e ferindo dezenas.
McMahill, do Departamento de Polícia de Las Vegas, afirmou que as autoridades estavam investigando se o incidente poderia estar ligado ao de Nova Orleans, onde dispositivos explosivos improvisados foram encontrados próximos ao local. Ele disse que também estavam analisando possíveis conexões do caso com o presidente eleito Donald Trump, dono do hotel, ou Elon Musk, proprietário da Tesla.
"Obviamente, um Cybertruck e o Trump Hotel levantam muitas questões que precisamos responder à medida que avançamos", disse McMahill.
O FBI informou que também está investigando se o incidente pode ter sido um ato de terrorismo, mas as autoridades ainda não confirmaram a identidade do motorista, que morreu no veículo. Até o momento, não há evidências que relacionem o incidente ao grupo EI.
"Eu sei que todos estão interessados nessa palavra e tentando ver se podemos afirmar: 'Isso é um ataque terrorista'. Estamos trabalhando nisso", disse Jeremy Schwartz, agente especial do FBI responsável pela investigação, em uma coletiva de imprensa.
O xerife destacou que ambos os veículos aparentam ter sido alugados por meio da Turo, uma plataforma de aluguel de carros por aplicativo. Um porta-voz da Turo afirmou em comunicado que a empresa está colaborando com as autoridades de Las Vegas e Nova Orleans na investigação. O porta-voz observou que ambos os locatários não tinham antecedentes criminais que os identificassem como uma ameaça à segurança.
"Estamos profundamente abalados com a violência perpetrada em Nova Orleans e Las Vegas, e nossas orações estão com as vítimas e suas famílias", dizia o comunicado.
McMahill garantiu que não há mais ameaças à comunidade de Las Vegas.
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